Com a pandemia, e o consequente isolamento social, muitas pessoas viram nos pets uma alternativa que servia não só de companhia, mas de quebra da monotonia e no alívio da ansiedade causada por uma situação que a maioria das pessoas, no mundo todo, nunca havia vivenciado.
Assim, houve um aumento de até 50% no número de adoções, segundo ONGs e protetores de animais. Cães e gatos, como esperado, foram as espécies mais adotadas e, nesse contexto, cresceu também as dúvidas sobre o que pode e não pode quando levamos um pet para um apartamento.
Confira nesse artigo o que levar em conta na adoção, o que fazer para prover segurança para os animais e como ter uma boa convivência com seus vizinhos agora que você adotou um pet.
Antes de prosseguirmos, cabe um reforço na mensagem de não compre, adote.
Uma coisa é a vontade de adotar. Outra coisa é fazê-lo de fato.
Quem é que, ao ver um filhotinho não tem vontade de levá-lo pra casa, né? Mas a racionalidade tem que falar alto aqui e você precisa ter respostas claras para as perguntas a seguir;
O meu condomínio/prédio é pet friendly, ou seja, é permitido ter animais nos apartamentos?
Eu disponho de tempo para dar a devida atenção e cuidados que os animais precisam?
Eu estou plenamente ciente que, na fase de filhote, eles podem danificar móveis arranhando e mordendo ou derrubar e quebrar objetos?
Eu estou plenamente ciente dos custos que envolvem manter um pet, com ração, vacinas, itens de higiene, veterinário, etc.?
Eu estou ciente que, no caso dos cães, seja preciso adestramento em caso de comportamento indesejados e isso envolve custos?
Eu posso, no caso de cães, levá-los para passeios e atividades fora do apartamento?
Se você respondeu "sim'' para todas as perguntas, você deu um passo importante. Isso porque, adotar um pet é um ato de responsabilidade e sim, dá muito trabalho. E esse trabalho, principalmente na fase de adaptação, têm contribuído pelo aumento do abandono em mais de 60% entre os meses de junho de 2020 e março de 2021, segundo a ONG Ampara Animal. Ou seja, as pessoas se arrependem da adoção e largam os bichinhos à própria sorte, sem que eles tenham culpa de nada.
Em primeiro lugar: parabéns!
Agora é preciso ter em mente quais são as regras e atitudes que vão tornar a sua convivência com um pet no apartamento mais segura para ambos e também com os vizinhos. Portanto, é importante que você conheça as regras do seu condomínio. Converse com o síndico e confira o regimento interno. Por exemplo, existem regras que não permitem que animais, até certo porte, sejam transportados no elevador. Outras, onde não é permitido o animal nas áreas comuns, mesmo que acompanhado, e por aí vai...
E é preciso, também, o famoso bom senso, independente das regras presentes no regimento do condomínio:
✓ Não deixe seu pet solto nas áreas comuns do prédio ou no elevador;
✓ Sempre que estiver com seu animalzinho fora de casa, tenha em mãos sacos de coleta para recolher a sujeira;
✓ Mantenha os ambientes limpos para evitar advertências desnecessárias;
✓ Eduque, com paciência, seu cãozinho para evitar que ele lata em horários inapropriados;
✓ Ainda que adestrado e sociável, sempre use coleira e guia quando estiver com seu pet nas áreas comuns do prédio.
Seu companheiro de pelos ou penas (ou escamas) precisa de atenção e cuidados constantes. É preciso promover bem-estar para os bichinhos para que eles, num ambiente mais restrito, como um apartamento, não fiquem estressados e que essa situação não impacte no seu comportamento e sua saúde.
Cães e gatos precisam gastar energia, os primeiros, podem se divertir com brinquedos, arranhadores, lugares para escalar, etc. Os cachorrinhos também podem ter brinquedos para morder e puxar e precisam de passeios externos para se exercitar.
Em casa, é fundamental que haja redes ou grades nas janelas para evitar acidentes ou fuga de animais e também é fundamental que haja um lugar onde ele possa fazer suas necessidades, no caso dos gatos, caixas de areia e dos cães um espaço onde você possa colocar tapetes higiênicos. E claro, esses locais precisam ser limpos diariamente.
Dentre os pets, os animais que são comumente domesticados, você pode ter todos no apartamento (desde que as regras do condomínio permitam): cães, gatos, coelhos, hamsters, pássaros, etc.
Mas existem pessoas que querem ir para o exótico e ter como companhia outros animais.
Neste caso, é preciso levar em conta que animais exóticos não estão disponíveis para adoção e precisam ser comprados. Nesse caso, é preciso ter atenção para a procedência do criadouro destes animais, se eles têm certificação e autorização do IBAMA, se possuem tags de rastreamento e controle e peça sempre a nota fiscal com o CNPJ do vendedor em questão. Por fim, exija também o certificado e registro do animal.
Adquirir animais exóticos ou silvestres que não tenham autorização do IBAMA configura crime, com previsão de multa e detenção, além de fomentar uma indústria criminosa de tráfico de animais. Se nas suas pesquisas por um animal exótico, você se deparar com a comercialização ilegal, denuncie.
Além disso, com tudo certo, alguns animais mais exóticos como répteis e anfíbios, não são animais com que você possa interagir da mesma forma que outros, exigindo mais cuidado na manipulação e precisarem, também, de condições específicas de climatização para o seu bem-estar.
Por outro lado, estes animais, demandam menos espaço da casa, ficando em seus viveiros (aquários, gaiolas, etc.) a maior parte do tempo, sendo boas opções para se ter em um apartamento.
Uma vez que o regimento do condomínio permita, você pode ter um pet no apartamento sem maiores problemas. Desde que haja atenção às necessidades do seu novo amigo para que ele possa estar feliz e saudável na sua casa e, assim, você tenha uma companhia que vai retribuir o seu cuidado com fidelidade e amor incondicionais.
Até a próxima.